O Natal de 1977 foi de luto para a família de um grande nome do cinema e que revolucionou a sétima arte. Na madrugada do dia 25 de dezembro daquele ano, o ator, diretor, compositor e roteirista morreu aos 88 anos em sua mansão na Suíça. Décadas depois, o legado do artista inglês segue vivo, o que inclui um ensaio estrelado por ator brasileiro décadas após sua morte.
Estamos falando de Charles Spencer Chaplin, criador do Vagabundo Carlitos. Na hora da morte, o cineasta estava acompanhado da então mulher, de oito filhos (teve 11 no total) e de sete netos. O médico particular do artista atribuiu o óbito à velhice.
"Ele vinha perdendo forças, gradativamente", explicou. "Morreu calmamente enquanto dormia", completou a viúva, Oona O'Neill (que morreria em 1991), relatou o jornal "O Globo". Era noite da véspera de Natal quando a família foi avisada pelo médico de que aquela provavelmente seria a última de Charles Chaplin, condecorado em 1975 como "Cavaleiro do Reino" pela Rainha Elizabeth II (1926-2022).
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Debilitado, com problemas de fala, audição, visão e locomoção (usava há dois anos cadeira de rodas), o ator saia de casa de carro todos os dias pela manhã com a mulher para ir a uma banca de jornais. Depois cabia a Oona ler o noticiário para o marido, que havia perdido um filho, Charles, o mais velho, em 1968.
Ainda em termos de vida pessoal, foram quatro casamentos. O artista agraciado com um Oscar em 1972 pelo conjunto da obra chegou a perder um filho, Norman, três dias após o nascimento do bebê, em julho de 1919. Ano passado, Josephine Chaplin, nascida em 1949, também morreu.
Filho de artistas, o inglês nasceu na capital, Londres, em 16 de abril de 1889 e entrou para o estrelato ao substituir a mãe em espetáculo. Responsável por revolução no cinema, Chaplin foi de vendedor de jornais a tipógrafo, passando por fabricante de brinquedos. Com 17 anos, entrou em uma companhia londrina de artistas.
Ao todo foram sete décadas e meia dedicadas às artes. A figura do mendigo com chapéu-coco, roupas surradas, andar dessengonçado e bengalas foi criada em 1914. Ícone da comédia pastelão, mas com toques de romantismo e lágrimas, e do cinema mudo, estrelou e produziu filmes como "O Grande Ditador" (1940), uma crítica ferrenha a Adolf Hitler (1889-1945), "Luzes da Cidade" (1931), e "O Garoto" (1921).